terça-feira, 7 de maio de 2013

Amor de além túmulo...



                                         Um amor que salva




Há muito tempo, conheci em minha cidade um médico, muito conceituado e muito humilde. Era ele quem cuidou de minhas filhas, por um bom tempo, mas que pena, ele faleceu há alguns anos. Não posso colocar aqui seu nome, por motivos óbvios.
Esse médico se não me engano, às sextas feiras, atendia somente a pessoas carentes em seu consultório particular, sem lhes cobrar nenhum centavo e ainda lhes ajudava a comprar os medicamentos prescritos e quando tinha em seu consultório, lhes dava o medicamento, o motivo, vou contar agora.
          Conta-se que, há muitos anos atrás,
não sei bem ao certo, se foi na década de 50, ou 60, o doutor, que chamarei de dr José, porque como já disse, não posso colocar seu nome e sobrenome verdadeiro, estava dormindo em sua casa, quando alguém bateu à sua porta. Já era de madrugada e dr José se assustou com aquelas batidas tão fortes e quase ininterruptas em sua porta. Assustado, mas não tanto, pois era um médico e isso acontecia com frequência, apesar de ninguém bater à porta sem parar  daquele jeito, abriu e para seu espanto se deparou com uma criança, uma menina de rosto angelical. Sem esperar um boa noite, a menina que estava ofegante, disse ao dr José; por favor doutor, venha depressa, minha mãe está morrendo, ela não tem nenhum dinheiro para te pagar doutor mas está sozinha, sem ninguém para ampará-la. Doutor José, não pensou duas vezes, pegou sua maleta de médico, entrou em seu carro, a menina também entrou e seguiu o mais rápido que pode, para a casa onde morava a menina com sua mãe. A menina repetiu, doutor, minha mãe não tem como lhe pagar e eu muito menos, doutor José falou, não se preocupe com isso, sou médico, fiz um juramento e vou tratar da sua mãe sem lhe cobrar nada.
Lá chegando, encontrou, uma casa muito pobre e simples. A menina lhe abriu a porta e disse; corra doutor, minha mãe está naquele quarto, onde se vê uma vela acesa, pois naquela casa de tão pobre, não havia eletricidade. O doutor correu até o quarto e percebeu que havia uma mulher desfalecida em cima da cama. Só de lhe encostar a mão, percebeu que estava com febre muito alta. Voltou à sala para avisar à menina que iria levar sua mãe de carro para o hospital, mas ela havia sumido, não estava na sala e nem em lugar algum daquela minúscula residência, pensou então que ela havia ido avisar algum conhecido que morasse nos arredores.
             Imediatamente, dr José, colocou aquela mulher dentro do seu carro e seguiu rápido para o hospital, pensando em voltar no outro dia para avisar a menina. Chegando ao hospital, fez todos os exames necessários e constatou que tratava-se de uma forte pneumonia. Internou a mulher, medicou-a e respirou aliviado. O dia já estava amanhecendo, quando terminou todos os procedimentos que um médico deve tomar nesse momento. Foi para casa tomar um banho e logo após voltaria para o hospital, mas antes, deu uma passada na casa da mulher, para avisar a sua filha, o paradeiro de sua mãe. Chegando à casa, encontrou a porta encostada como havia deixado, chamou pela menina e ninguém respondeu. Ficou um tanto preocupado, mas imaginou que se ela foi para a casa de algum conhecido, ou quem sabe um parente, com certeza ainda estaria por lá, pois antes de entrar, ele comentou com a menina que se houvesse necessidade levaria sua mãe para o hospital.

            Seguiu para sua casa, tomou seu banho, uma boa xícara de café bem quente e imediatamente retornou para o hospital. Lá chegando, encontrou a mulher acordada e ficou aliviado. Contou a ela que ele era o médico que estava cuidando dela e ela intrigada lhe perguntou; mas doutor, quem lhe disse sobre minha doença, eu não tenho ninguém e meus vizinhos não sabiam da minha doença, como o senhor soube. O dr José olhando em seus olhos disse, foi sua filha aquele anjo corajoso. que de tanto amor à senhora, enfrentou a escuridão da madrugada e foi em minha casa me avisar.A mulher perplexa com o que acabara de ouvir disse: me perdoe doutor, mas o senhor está enganado, isso não poderia ser, não tem como ser minha filha, é impossivel. Ele disse, mas ela me falou que era sua filha e completou, sabe aquela criança do porta retrato em cima do criado mudo ao lado se sua cama? Pois é foi ela. A mulher nesse momento, ficou branca como palha e colocando seu rosto entre as mãos, começou a chorar. O doutor, pensando se tratar de grande emoção, disse, os filhos nos surpreendem de vez em quando, sua emoção é natural. Ela parou um instante de chorar e disse, não estou emocionada por isso doutor, a verdade é que estou feliz em saber que minha filhinha me ama tanto, porque essa deve ser a única explicação, pois minha amada filha morreu faz um ano. O doutor José, ficou mudo diante do que acabara de ouvir e foi nesse instante, que decidiu, que a partir daquele dia, tiraria um dia da semana para consultar de graça, as pessoas menos favorecidas...

*Eu acredito, que um amor de verdade, pode atravessar as fronteiras da morte, pois essa não foi a primeira vez que ouvi uma história semelhante...O dia das mães está próximo e essa é uma história real, que mostra o grande amor de uma filha já morta por sua mãe ainda viva...

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